O que nos torna seres humanos? Será a matéria, o corpo ou o fato de nos sensibilizarmos, de termos sentimentos, sentirmos alegria, tristezas, raiva e nos comover com situações tão deprimentes a que chega o homem.
Vive-se todos os dias em função de afazeres, questiona-se o trabalho, o fato de haver mais um dia, o fato de estar chovendo ou fazendo muito calor. Nos indignamos com o vizinho, com o barulho nas ruas, o transtorno nos ônibus lotados, trânsito que atrapalha os horários de trabalho... enfim...
Drásticos são os dias se observarmos a dramaturgia que se faz deles. Porém, ninguém se preocupa com o drama que se encontra logo ali, na outra esquina, nos becos úmidos, cheirando a mofo e camuflados por cimento.
Há muitas vidas que sofrem na aspereza da ingratidão humana, alienadas pela sociedade que exclue e os condiciona a animais, maltrapilhos, bêbados, abandonados, míseros seres pequeninos à espera da graça humana, de um mundo justo e digno para se viver.
De um lado, a arrogância aliada à futilidade. De outro, a submissão humana condicionada à prisão de se viver indignamente.
De um lado, a arrogância aliada à futilidade. De outro, a submissão humana condicionada à prisão de se viver indignamente.