domingo, 10 de abril de 2011

A Velha Contrabandista


                                    

      Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
      Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
     - Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
      A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:
      - É areia!
     Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
     Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
     Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
     - Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
     - Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
     - Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
     - O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.
     - Juro - respondeu o fiscal.
     - É lambreta.                                                  Stanislaw Ponte Preta

Interpretação do texto

1) O que a velhinha carregava dentro do saco, para despistar o guarda?

2) O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”?


3) Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda:
Quando o narrador citou os dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a que tipo de dentes ele se referia?

4) Explique com suas palavras qual foi o truque da velhinha para enganar o fiscal.

5) Quando a velhinha decidiu contar a verdade?

6) Qual é a grande surpresa da história?

7) Numere corretamente as frases abaixo, observando a ordem dos acontecimentos.
( ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
( ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
( ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era contrabando de lambretas.
( ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa lambreta, com um saco no bagageiro.
( ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os dias.
( ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
( ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas pediu à velhinha que lhe dissesse qual era o contrabando que fazia.

Fonte: LUFT & Maria Helena - A palavra é sua - 5ª série ed. scipione

domingo, 27 de março de 2011

Menina bonita do laço de fita


Era uma vez uma menina linda, linda. Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros. A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:­
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela.
Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi.
Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:­
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos. E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha. Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha...
Ana Maria Machado

Análise do texto

1) Descreva como era a menina:
2) Com que ficava parecida a menina assim que a mãe colocava fitas coloridas em seu cabelo?

3) O coelho queria ter uma filha pretinha como a menina. Para isso, se informou com a menina o que deveria fazer. Ele obteve sucesso em suas tentativas? Explique de acordo com o texto:

4) Quem informou ao coelho sobre o porquê da menina ser daquela cor? Retire exemplos do texto:

5) Qual a atitude do coelho para atingir seu objetivo?

6) O que a coelhinha preta ficou sendo da menina?

7)  Explique a função no texto:
a) dos dois-pontos;
b) das reticências;
c) do ponto de interrogação;
d) do ponto de exclamação;
e) dos travessões.
8) Indique o autor e o título do texto:

9) Diferentemente do coelho, você acha que existem pessoas que não gostam de outras de cor negra? Você acha certo?

10) Escreva o que você entende por preconceito:

quinta-feira, 24 de março de 2011

Tapete mágico

Esta atividade pode ser aplicada pelo professor de Português, aproveitando conteúdos desenvolvidos nas aulas de Geografia. Se, por exemplo, a classe estiver estudando a região Sul, o texto produzido abrangerá essa região . Se o professor de Português desejar, poderá aplicar a atividade desvinculado dos conteúdos desenvolvidos nas aulas de Geografia, dando ampla liberdade ao aluno de escolher por onde ele vai voar com seu tapete mágico. Se quiser,  fazer  um livrinho com o  texto  e  as ilustrações.
DESENVOLVIMENTO
- Dar para a classe o texto abaixo:
                                                 TAPETE MÁGICO
                                                 Caetano Veloso
Mas nada é mais lindo
Que o sonho dos homens fazer um tapete voar
Sobre um tapete mágico eu vou cantando
Sempre um chão sob os pés, mas longe do chão
Maravilha sem medo, eu vou onde e quando
Me conduz meu desejo e minha paixão
Sobrevôo a Baía da Guanabara
Roço as mangueiras de Belém do Pará
Paro sobre a Paulista de madrugada
Volto pra casa quando quero voltar
Vejo o todo da festa dos navegantes
Pairo sobre a cidade do Salvador
Quero de novo estar onde estava antes
Passo pela janela do meu amor
Costa Brava, Saara, todo o planeta
Luzes, cometas, mil estrelas no céu
Pontos de luz vibrando na noite preta
Tudo quanto é bonito, o tapete e eu
A bordo do tapete você também pode viajar, amor
Basta cantar comigo e vir como eu vou
           
             - O professor poderá fazer a interpretação escrita ou oral do texto acima.
              - Os alunos deverão se preparar para fazer um texto, seguindo os seguintes passos:
1- Cada aluno deverá escolher um lugar ou vários por onde queira passear com seu tapete mágico. Se a atividades for desenvolvida com os conteúdos aprendidos nas aulas de Geografia, o professor deverá delimitar os locais. Por exemplo: região Sul.
2- No caderno, cada aluno fará um levantamento do que há no lugar por onde vai passear: estradas, cidades, praias, vegetação, comidas típicas, folclore, divertimentos e tudo o mais que achar interessante. No caso de aproveitar conteúdos de Geografia, o professor poderá colocar na lousa os tópicos,que serão utilizados por todos.
3- O professor pedirá para cada aluno se imaginar voando num tapete e sobrevoando o local escolhido. Pedirá , então, que comecem a escrever o texto em primeira pessoa.
4- No primeiro parágrafo, a introdução, ele  deverá contar como conseguiu o tapete mágico: por obra de algum gênio que encontrou,  por presente de alguma fada, ou outro meio qualquer. O parágrafo deverá terminar contando o destino que escolheu para viajar.
5- Do segundo parágrafo em diante, o aluno deverá narrar a sua viagem passando por todos os lugares que escolheu, utilizando trechos descritivos.
6- O aluno poderá descer do tapete, visitar atrações turísticas, conversar com pessoas do local e participar de situações quotidianas do lugar.
7- No último parágrafo, deverá concluir o seu texto, colocando um fecho interessante.
8- No caso de se fazer um livrinho com o texto, o  professor deverá corrigi-lo  para que o aluno passe-o a limpo;
9- Em tantas folhas de sulfite quantos forem os parágrafos do texto, fazer uma margem de  2  cm  e desenhar  uma figura referente ao texto que será colocado na página,  observando  a distribuição;
10-Passar cada parágrafo do texto a  limpo na folha de sulfite, junto a figura correspondente;
11-Fazer uma capa em que haja uma cena  do texto;
12- Criar uma dedicatória, fazer um  breve resumo e uma rápida biografia do autor.

Fonte: www.cursodesafio.com.br/


domingo, 20 de março de 2011

Quadrilha - Carlos Drummond de Andrade

1- O professor colocará na lousa a poesia “Quadrilha” de Carlos Drummond de Andrade :

                                               “João amava Teresa que amava Raimundo
                                               que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
                                               que não amava ninguém.
                                               João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
                                               Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
                                               Joaquim suicidou-se e Lili casou com J.Pinto Fernandes
                                               que não tinha entrado na história.”

1.  O professor proporá a seguinte atividade:
      - Tomar os personagens da poesia e, na ordem original, descreva-os física e psicologicamente, dando-lhe características que justifiquem os fatos da segunda parte da poesia.
      -  Tomar a segunda parte da poesia e acrescentar  elementos aos fatos descritos, de acordo com os traços característicos de cada personagem. Dar uma final ao texto.

                                              

Joãozinho e o Pé de Feijão


Joãozinho e sua mãe viviam sozinhos em uma cabana. Os dois eram tão pobres que, muitas vezes, passavam fome. Um dia a mãe de Joãozinho disse que teria de vender a vaca.
Quando Joãozinho caminhava para o mercado, puxando a vaca, encontrou um homem que foi logo dizendo: “Troco essa vaca por uns feijões mágicos”. Os feijões eram tão bonitos que Joãozinho não resistiu. Aceitou a troca!
“Feijões mágicos, era só o que faltava!”, gritou sua mãe quando ele voltou. “Meu filho, como pode ser tão bobo!” Dizendo isso, jogou os feijões pela janela.
Quando Joãozinho acordou, no dia seguinte, viu um tremendo pé de feijão! Era tão grande que parecia chegar até as nuvens.
Como gostava de aventuras, começou logo a subir pelo pé de feijão. Chegando lá em cima, viu um grande castelo.
Joãozinho correu para lá e bateu na porta. Uma velha veio abrir e deixou-o entrar, mas foi logo avisando que o dono do castelo era um gigante muito malvado.
A velha escondeu Joãozinho no armário, bem na hora em que o gigante entrava na sala. “Sinto cheiro de menino!”, gritou o gigante. Mas a velha disfarçou, mostrando a carne que estava no fogo.
           Depois de comer, o gigante mandou que a velha trouxesse a sua galinha mágica. A velha obedeceu correndo. “Ponha!”, rugiu o gigante. E a galinha logo pôs um ovo inteirinho de ouro. “Agora traga minha harpa mágica!”, ordenou o gigante. A velha foi depressa buscá-la. “Toque”, rugiu o gigante. E imediatamente a harpa começou a tocar sozinha a música mais suave deste mundo.
          A harpa continuou tocando e a cabeça do gigante começou a balançar. Logo pegou no sono, roncando alto. Joãozinho, espiando por uma fresta do armário, tinha visto tudo.
Saiu do armário na ponta dos pés, pôs a galinha debaixo de um braço e a harpa debaixo de outro e fugiu correndo. Mas a harpa, que era encantada, gritou alto: “Patrão!” O gigante acordou, correu para pegar
Joãozinho, descendo atrás dele pelo pé de feijão. Mas Joãozinho chegou primeiro, apanhou o machado e começou a cortar sem parar, até que o pé de feijão e o gigante caíram mortos no chão.
            Daquele dia em diante, Joãozinho e sua mãe, que não eram mais pobres, viveram felizes com a galinha que punha ovos de ouro e com a harpa que tocava músicas maravilhosas.

I) Analise criticamente as perguntas que seguem. Classifique-as de acordo com o tipo de leitura.
1. Onde mora Joãozinho?
2. Com quem ele vive?
3. Copie trechos do texto em que se percebe que a velha tinha medo do gigante.
4. Transcreva do texto palavras ou expressões que demonstram que o gigante é autoritário/mandão.
5.O texto mostra que Joãozinho pegou a galinha e a harpa e fugiu correndo. O que isso significa? O que você acha da atitude de Joãozinho?
6 Copie do texto trechos que mostram que Joãozinho é ladrão.
7. Identifique partes do texto que mostram que Joãozinho é curioso / assassino / Latrocida.
8. Onde a velha escondeu Joãozinho?
9. Qual foi a reação da velha ao ver que o gigante se aproximava de onde Joãozinho estava?
10. Identifique no texto elementos que mostram que a galinha tem medo do gigante, é
explorada/submissa e subserviente ao gigante.
11. Identifique no texto elementos que mostram que o gigante não tem respeito para com os outros, que é autoritário e que oprime aqueles que o cercam.
12.“Depois de comer, o gigante mandou que a velha trouxesse a sua galinha mágica. A velha
obedeceu correndo”. O que se pode dizer sobre a atitude / comportamento do gigante em relação à velha?
13. Transcreva elementos do texto que mostram que a velha é submissa, subserviente ao gigante?
14. O texto mostra que o gigante mora em um castelo e que Joãozinho mora em uma cabana. O que isso significa?
15. Qual foi a solução da mãe, no início da história, para conseguir dinheiro?
16. Quando a mãe de Joãozinho decide vender a vaca é ele que vai ao mercado, puxando a vaca, para vendê-la. O que você acha sobre a atitude de Joãozinho?
17. Joãozinho entrou na casa do gigante sem sua permissão, pegou sua galinha que botava ovos de ouro e sua harpa mágica, que toca músicas maravilhosas. O que você acha sobre a atitude de Joãozinho?
18. Joãozinho cortou o pé de feijão e o gigante caiu de lá de cima e morreu. O que você acha sobre a atitude de Joãozinho?
19. “Daquele dia em diante, Joãozinho e sua mãe, que não eram mais pobres, viveram felizes com a galinha que punha ovos de ouro e com a harpa que tocava músicas maravilhosas”. O que você acha sobre a atitude de Joãozinho e de sua mãe?. O que você acha que diria um delegado de polícia sobre as atitudes do Joãozinho e de sua mãe?
20. Qual é a ideologia do texto?
21. Você acredita que dinheiro traz felicidade?
22. O que você faria se você e sua mãe estivessem passando fome, não tivessem dinheiro algum e vissem, dentro de um carro, uma carteira cheia de dinheiro?

Fonte: Prof. Luiz Carlos Migliozzi Ferreira de Mello

sábado, 19 de março de 2011

Slides PowerPoint - Sobre Cães e Pessoas

Slides PowerPoint - Sobre Cães e Pessoas

Esta aí é a Mel - minha companheira.

Texto Narrativo

ENREDO
     O enredo consiste na narrativa de acontecimentos cuja ênfase recai sobre a casualidade. Ao criar o enredo, o narrador procura estimular o leitor a imaginar e antecipar fatos, participando da construção dos sentidos do texto.

O conflito e as partes do enredo
    Uma história completa apresenta os elementos fundamentais da narrativa: fatos, personagens, lugar e tempo. Os fatos são organizados de forma a apresentarem uma sequência de começo, meio e fim. Mas esses elementos, para se estruturaram, precisam de um conflito. O conflito é um problema a ser superado pela personagem. É responsável pela tensão que organiza os fatos. O conflito cria no leitor uma expectativa relativa aos fatos da história. Sem conflito não há história, nem enredo.
 
TEMPO

      O narrador procura situar os acontecimentos que narra em um determinado tempo no qual se passa a história. A seguir, apresentamos alguns níveis nos quais o narrador pode trabalhar o tempo:


Tempo cronológico
      É o tempo que transcorre na ordem natural dos fatos, do começo para o final. Também é chamado tempo linear, pode ser medido em horas, dias, meses, anos, séculos etc.

Tempo psicológico
      Essa abordagem do tempo é característica do enredo não linear, aquele em que os acontecimentos são narrados fora da ordem natural. Geralmente, transcorre obedecendo a memória ou a imaginação do narrador ou de uma determinada personagem.

Técnica do flash-back
      O flash-back é uma técnica narrativa que tem por característica o fato de voltar no tempo. Costuma ocorrer quando a personagem deseja lembrar a outra personagem (ou ao leitor) fatos relevantes que ocorreram em um tempo anterior à narrativa. Um exemplo clássico do uso dessa técnica encontra-se no Memórias póstumas de Brás Cubas, o exemplar romance de Machado de Assis.

ESPAÇO
     Refere-se ao lugar onde se passa a ação. Articula-se com as personagens e com elas mantém estrita relação de interação. Pode, dessa forma, influenciar suas atitudes ou ser transformado por elas.

O espaço físico ou geográfico

     Retrata o lugar onde acontecem os fatos: em uma casa, em uma praça, em uma cidade etc. Via de regra, obedece à movimentação das personagens. As descrições do espaço entremeiam as ações do enredo, ampliando-as. Geralmente, é possível identificar se espaço é aberto, fechado, urbano rural etc.

O espaço (ambiente) social
      Retrata as condições socioeconômicas, morais e psicológicas das personagens. Alguns estudiosos sugerem para esse tipo de espaço o nome de ambiente. Para eles a denominação ambiente engloba tanto o tempo quanto o espaço. Sendo assim, o ambiente, entre outras coisas, situaria as personagens na época, no grupo social e nas condições em que se desenvolve o enredo.